Esse é um nome que não estamos acostumados a ouvir em todo lugar, não é mesmo? Aliás, neste texto, vamos ver algumas palavras um pouco menos comuns do que o habitual. Mas com a explicação vai ser bem fácil entender.
A eosinofilia é caracterizada pelo aumento de eosinófilos, que são uma espécie de glóbulos brancos que afetam micro-organismos em combate a infecções por quadros como os de reações alérgicas, por exemplo. Eosinofilia é uma ocorrência bastante comum em resposta a infecções por parasitas ou alergias. Mas também pode indicar uma doença mais grave, como um tipo de câncer raro do sangue.
A eosinofilia refere-se ao aumento de eosinófilos no sangue, células que protegem o organismo contra agentes infecciosos. Ela é definida pela presença de mais de 500 eosinófilos por milímetro cúbico de sangue, sendo classificada em:
- eosinofilia leve: 500-1.500/mm³;
- eosinofilia moderada: 1.500-5.000/mm³;
- eosinofilia grave: > 5.000/mm³.
Ela é detectada por meio do hemograma completo.
Quais são as causas da eosinofilia?
Veja, a seguir, as principais causas da doença.
- Alergia – ela pode acontecer em decorrência de reações alérgicas de diferentes tipos, como de contato, respiratórias, alimentares ou a medicamentos. O processo alérgico faz com que os eosinófilos aumentem para proteger o organismo do agente causador da alergia.
- Infecções por parasitas – a infecção por parasitas representa um dos principais motivos de eosinofilia, sobretudo quando a infestação começa nos pulmões, por exemplo, por Ancylostoma duodenale, Ascaris lumbricoides, Necator americanus ou Strongyloides stercoralis. Quando esses parasitas provocam eosinofilia intensa, geram a síndrome de Loeffler, que pode causar sintomas como falta de ar e tosse seca em alguns casos.
- Linfoma de Hodgkin – outro motivo que pode provocar o aumento de eosinófilos pode ser o linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que afeta os linfócitos, uma das principais células de proteção do organismo.
Para descartar causas secundárias, devem-se realizar exame físico e anamnese completa, com a investigação da história de viagens prévias, da história familiar, do relato de alergia, da presença de angioedema prévio e da busca de sinais de insuficiência adrenal, bem como com a palpação de todos os linfonodos e a análise de medicamentos em uso para buscar etiologias.
O que o aumento de eosinófilos pode causar no organismo?
Os principais sinais e sintomas secundários da hipereosinofilia são inespecíficos, sendo cansaço, tosse, falta de ar e leucocitose os mais frequentes. Todavia, podemos dividir o acometimento da hipereosinofilia conforme os sistemas acometidos.
Dermatológico (por exemplo, rash)
As manifestações dermatológicas comuns incluem eczema (que afeta as mãos e/ou as áreas de flexão ou se apresenta como placas dispersas) e lesões avermelhadas na pele.
Pulmonar (tosse e dispneia)
Tosse crônica persistente, não produtiva.
Infiltrados pulmonares aparecem em menos de 25% das radiografias de tórax e podem ser focais ou difusos sem predileção por local.
Gastrointestinal
Gastrite, enterite e/ou colite eosinofílica podem ocorrer nas formas mais agressivas. Perda aguda de peso, dor abdominal, vômitos e/ou diarreia grave podem aparecer.
Cardíaco
Nas fases iniciais, o exame físico pode ser normal, porém, hemorragias conjuntivais ou subconjuntivais podem ser notadas. A elevação da troponina sérica pode ser um indicador sensível de dano eosinofílico cardíaco.
A eosinofilia secundária é muito comum e é reacional a uma condição de base que o paciente apresenta, conforme dito nas causas citadas de eosinofilia. Já a eosinofilia primária acomete 1,47 vez mais homens que mulheres, com idade média de diagnóstico entre 20 e 50 anos. Um estudo epidemiológico realizado pelo SEER (do inglês Surveillance, Epidemiology, and End Results), mostrou uma taxa de incidência ajustada pela idade de 0,036 por 100.000 habitantes.
Embora não seja possível prevenir a eosinofilia, o mais importante é seguir com o médico de rotina e, caso a condição seja detectada por meio do hemograma, o alergista deverá ser consultado.